segunda-feira, 26 de julho de 2010

Sem palavras

Uma semana atrás no início da tarde recebi uma notícia nada boa. Um amigo se fora. Não sabiam sequer explicar direito como. Me disseram a hora, e lugar. Uma hora antes finalmente encontrei disposição e coragem para ir. Foi doloroso vê-lo, mas foi o certo.

Tinha um carinho especial por ele, estudou comigo o ano passado inteiro, aquele menino quieto na sala, mas quando abria a boca fazia todo mundo rir. Quantas vezes não perguntei ele se ele era de fora por causa de um sotaque esquisito que só eu percebia.

E assim, sem ninguém saber, ele fez a prova do Cefet, lembrei há poucos dias que um dia no ponto de ônibus a gente conversava sobre o temido futuro do 1º ano, e dei pra ele a ideia de tentar. Não é que deu certo? Da nossa sala apenas eu e ele passamos, e quando olhava pra ele, o via aguentando, sentia que eu podia aguentar também. E era ele quem me entendia quando eu queria falar da saudade que deixou a nossa turma.

Foi só a gente se ver no primeiro dia, perdidos que nem pinto naquele novo desafio, o carinho e a nossa relação mudou de zero a mil. Abraçando, brincando, sem muito tempo de entrar em detalhes. Uma parte da minha coragem foi junto com ele, mas a vontade de terminar, por mim e por ele, aumentou.

Um cara como esse tá morto nunca. Tá bem vivo aqui no meu coração e de todas pessoas que tenho certeza que gostavam muito dele. Não vou esquecer nunca da cara dele, feliz pra caramba e do abraço na ponta do pé. O cara era o cara. Sempre será.