terça-feira, 27 de abril de 2010

Cimento e lágrima

Segue, passo a passo, como se não houvesse mais força
Acorda cedo, vai a rua, encara a realidade brasileira
"Se não estudar o jeito é trabalhar"
E sonha pela liberdade dos filhos
De poder sonhar com uma vida melhor
Filhos que ficam aprisionados o dia inteiro em salas
Ouvindo besteiras como vestibular
Ficam ali presos durante anos, saem de lá
Apenas menos esperançosos,
Acostumados a aceitar os problemas calados, 
A sofrer calado, porque, aliás, se é brasileiro
Rosto coberto de pó de cimento
Afinal somos pó
Lágrimas que escorrem de um choro quase mudo
E todos ao seu redor lhe parecem cegos-mudos
Ninguém vê, ninguém diz.
Como há de um homem não se endurecer?

Porque antigamente se fazia um homem de lama
Hoje de cimento e desgraça se faz uma humanidade.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Escolha

Já te mandei embora mil vezes
E te quis por perto mil e uma
Já disse que te amo? Pois é
Eu nunca lhe chamo
Sempre lhe grito
Você nunca me pede perdão
A culpa é sempre minha
E porque não,
Dar carinho ao invés de xingo
Ao menos uma vez
Empinar o nariz, só pra ver
Se você olha pra traz
Quando eu vou embora
Mas é que nunca deu certo
É que você não me ama
É que você nunca gostou de mim
É porque eu gostei mais de você do que de mim
Porque quando eu te conheci, eu não conhecia a mim
Eu quis te fazer meu, mas não sabia nem o que era eu
Eu quis ter alguém e não ser de ninguém
Não conhecia o que tem por nome liberdade
E tem por significado algo maior, algo que
Pra te entender, eu precisava escolher
E entre eu e você, distância
E eu escolhi fugir.

sábado, 17 de abril de 2010

Minh' alma

Minha voz é calma
Não vejo porque gritar
Minha voz é falha
É que tenho medo de errar
Ando a passos largos
Pra te ver mais depressa
Mas andei de modo mais calmo
Pra saber o sabor da espera
Espremi os olhos
Pra te ver melhor
Estendi os braços
Pra te ter
Disse eu te amo
Saiu sem querer

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Peço a Deus

Porque nem sempre sou eu que tenho a razão. Porque as vezes sem querer me acho o centro do universo. E noutras me ponho no último degrau e peco ao menosprezar uma criação de Deus, eu mesma. Peço a Deus por favor que afaste de mim quem a mim não quer bem, mas que me dê humildade e não rancor para tratá-los. Tire de mim a inveja e ciúme e me dê entendimento. Que tire de becos pessoas que saibam me encarar, bater na minha cara e dizer que eu estava errada e me mostrar que, o tempo todo, a solução estava em mim.

Sempre vou repetir essa verdade. A gente procura longe de mais coisas que estão muito perto. Um problema começa dentro da gente. A solução tá lá também.

E Deus, me lembre, de recorrer a ti antes de sair a chorar pelos cantos.

sábado, 3 de abril de 2010

Saudadezinha do meu amor












Vontade de chegar assim, no abraço
Beijar do braço até o cangote
Olhar no olho e enxergar a alma
Mirar no rosto e acertar a boca
Lugar d'onde não deveria me ausentar
Onde deveria não estar
E sim existir
Vontade de estar, de roubar
Seu cheiro pra mim, de ganhar
Um sorriso inteiro, só pra mim
Poder dizer te amo e mentir
Sim, mentir, pois amor
Ah, amor não é nem metade
Metade sou eu, aqui sem você
Metade é você, meu inteiro

Queria deixar de sugestão um texto que li e adorei, principalmente porque meu nome tá metido no meio: http://viverdebrisa.blogspot.com/2010/04/maria-encanto.html
Boa páscoa!