sábado, 6 de novembro de 2010

Da mudança

Sou de família nômade, por mais que tudo esteja bem, a gente se muda. Algo mexe com a gente de mais e a gente acaba se mudando, tendo novas ambições, novos desejos. E essa ideia de mudança sempre surge quando a gente planeja mexer na casa, arrumar as coisas, realmente torna-las nossas, aqueles planos de botar uma cortina da minha cor favorita no quarto como eu sempre quis, mas nunca deu pra colocar porquê tava apertado de mais por falta de tempo. Todos aqueles enfeites da minha mãe que ficam guardados, para, como diz ela, "quando a gente pintar a casa", todos os quadros que nunca pendurei, todas as fotos que nunca revelei.
A gente sempre quis tornar a nossa casa nossa mas sempre teve medo, porque, como sempre diz o discurso, depois na hora de vender vai ser uma complicação. Os planos de pintar o quarto de rosa ou azul, de chamar o decorador, de pôr os ursinhos de pelúcia para fora. O sonho de ter uma estante de livros repleta de romances. O sonho inconcreto e interrupto de ter um diário e contar todos os meus segredos nele.
Por incrível que pareça hoje me sinto uma pessoa muito realizada. Estudo na escola federal, que era meu sonho de consumo. Todos os meus ursinhos/tartarugas/girafas/macacos de pelúcia enfeitam meu quarto. Tenho uma estante que tá quase caindo com o peso dos livros. Tenho fotos espalhadas pelo quarto (que desejo ampliar ainda mais). Tenho um diário há uns dois anos, acho e não escrevo diariamente nem nada, mas já é algo do qual me orgulhar. Tenho um blog, meu xodó, meu orgulhinho que tem mais de 2 anos.
Mesmo assim há a necessidade de mudar, de amar.

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