sábado, 16 de janeiro de 2010

Nua em dia de lua

A gente já se amou tantas vezes
Em corpos diferente, um amor
Você ja me olhou de tanta gente
E nunca se cala, esse amor
E num só calor, uma cama
A gente rola no suor e deita
Você já me beijou tantas vezes
E o primeiro beijo jamais voltou

E o beijo que te dei de presente
Você não retribuiu nem devolveu
Robou-o para si e prometeu
Aos poucos me devorar, enlouquecer
Que faço eu da vida, então, essa loucura
De ser comida a cada dia pelo amor
De noite até não sobrar de mim
Uma só gota de suor, um pavor
E não sobra sentimento, nem suor
Você enlouquecido levou tudo
Tudo de mim, robou-me o mundo

E sobra eu na cama; eu, a cama, o suor
Os lençois amarrotados e revirados
Que sugerem um ato feito, em noite clara
O sol claro já desperta, vejo da janela
Um jardim, e de lá, ninguém vê a mim
Nua, mas encoberta de suor e pesar
Desfilo pelo corredor a procurar
Água, porque já estou tão seca

Bebi tanta água que a virei
Desci em lágrimas, eu e minha tristeza
Me derramei no chão, sem dó nem piedade
E assim, em lágrimas, escorri
Desci logo pelo ralo e me escondi
Sou agora só mais um bocado d'água
E assim se encerra a história

Um comentário:

' Rôh disse...

Puxa!
Taí, Mah... que eu gostei pacaramba!
Meunina, voce tem de colocar as referencias biograficas. de quem é esse poema peramordedeus? rsrs

Xeru, Roh