terça-feira, 27 de abril de 2010

Cimento e lágrima

Segue, passo a passo, como se não houvesse mais força
Acorda cedo, vai a rua, encara a realidade brasileira
"Se não estudar o jeito é trabalhar"
E sonha pela liberdade dos filhos
De poder sonhar com uma vida melhor
Filhos que ficam aprisionados o dia inteiro em salas
Ouvindo besteiras como vestibular
Ficam ali presos durante anos, saem de lá
Apenas menos esperançosos,
Acostumados a aceitar os problemas calados, 
A sofrer calado, porque, aliás, se é brasileiro
Rosto coberto de pó de cimento
Afinal somos pó
Lágrimas que escorrem de um choro quase mudo
E todos ao seu redor lhe parecem cegos-mudos
Ninguém vê, ninguém diz.
Como há de um homem não se endurecer?

Porque antigamente se fazia um homem de lama
Hoje de cimento e desgraça se faz uma humanidade.

Um comentário:

Carol Garcia disse...

essa é a realidade mesmo, ta virando cimento mesmo e é tudo viu,
adorei o jeito como vc falou *-*