segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Ela e o mendigo

Ela é. Era. Não é mais. Ou jamais foi, pois dizem que o que é jamais deixa de ser. Talvez seja apenas um projeto de ser. Não importa. Já não é mais.
E foi assim. Ela era, se sentia ser. Mas o mendigo também sentia.Ele também era. O mendigo? Não ele não era. Não havia como ele ser. Porque deveria ser? Não, ele não era.
Mas se ele não podia, o que ela tinha que a fez poder? O que a faz poder? Não pode, apenas é. Mas será que era mesmo? Ela era. Ele não. Ela é. Ele não. Ela será. Ele já foi. Então quer dizer que ele já foi? Ou melhor, já era? É?
Mas o que ele teria que ela não tem? Ela tem tudo. Ele tem a falta de tudo. Bem, tirando o falta - que na integra não passa de nada - ele tem tudo. É gente como qualquer gente. Sonha como qualquer gente. Acorda no pesadelo da vida como toda gente.
E então. Ela era. Ele também. Ela é. Ele também. Ela não compreendeu mais nada. Como ela e o mendigo poderiam ser? Tentou entender, mas não podia, não é mais. Quem tenta entender não é. Ele não tenta. Ela que era, não é. Ele que nunca foi. É.

3 comentários:

' Rôh disse...

Meeeeeeeeeeeeeeu Deus!
Agora que entendi o nome do blog, "Irracionalidade racional".

rapaz, se ela era ou não, eu não sei. Só sei que adoro você!
uahauahau...

Xeru linda!

Leonardo disse...

interessantíssima a forma que você colocou a poesia usando tão poucas palavras, tão poucos verbos!
adorei :O

Anônimo disse...

E a gente sempre sera o/
ahuahsa