terça-feira, 21 de outubro de 2008

À humanidade

Com certeza, o tempo que demorei para escrever esse poema não foi curto, mas afirmo com alegria que não foi tempo perdido, o considero meu melhor poema já escrito (e o mais extenso também), gostei muito dele. E a inspiração eu encontrei no "almoço" de hoje, enquanto brincava de recitar coisas esquisitas para fingir ser romântica. Acabei me inspirando em pequenas coisas, como em uma música da Ana Carolina e Seu Jorge - Chatterton -, como em uma do Engenheiros do Hawaii - Dom Quixote-, e uma da banda Ludov - Sobrenatural. E claro, também inspirei me em Nieszche e Romeu e Julieta. Foi tudo muito inspirada, misturei as diversas filosofias que aprendi no decorrer da minha vida, gostei muito, é gostoso ser romântica às vezes.

À humanidade

Humanidade, por favor
Escuta o apelo de vossa irmã
Que hoje aqui vem para lhes fazer uma petição.
Ó humanidade, escuta-me
Humanidade, a causa que me trouxe hoje aqui
A causa que me faz erguer a coragem de algum fundo obscuro de meu ser
É a causa que me faz viver; vocês.

Ó humanidade, peço-te que olhes ao teu redor
Mas não apenas olhe, ó humanidade
Sinta o seu redor, faça parte dele.
Ó humanidade, eis que muitos padecem entre nós
E sei que suas mentes estão conscientes desse fato.

Humanidade, sonda-os por favor
Escuta a voz do seu povo que padece
Do seu povo que sente todas as manhãs a fome
Do seu povo que chora de dor por suas eternas chagas
Do seu povo que nem a voz tem
Escuta as palavras não ditas
Escuta teus olhos, seu olhar
Escuta teus sentimentos.

Humanidade, eis que a muito estou a observar
Longos anos, devo constar
Que me pareceram ainda mais longos
Pois, por todos eles, tive que esperar
Sabe, o tempo é lento para quem se espera;
Ele não passa, parecemos sempre estar no mesmo lugar!
Curto para quem tem medo e foge;
Nunca o há suficiente!
Extenso e doloroso para quem se sofre;
Pois cada segundo significa dor
Curto para quem celebra;
Porque afinal, somos egoístas, sempre queremos mais.
E, felizmente, eterno para quem se ama;
E é do amor que vim lhes falar.

Humanidade, lembrei-vos dos antigos
Que sejamos loucos assim como Dom Quixote
Que sejamos loucos e que saiamos ao mundo para enfrentar os moinhos!
Sejamos insanos, despreocupados com dinheiro e padrões fúteis
Dancemos a valsa muda de Nietzsche, pois como ele próprio disse;
"Sem música, a vida seria um erro."
Que nos entreguemos ao amor assim como Romeu e Julieta
Pois sem o amor, o tudo se torna uma imensidão de nada.

Ó humanidade, inspira
Inspira pois o amor estar no ar
Inspira-o
E não se esquece de expirar também
Pois, não se esqueça, o amor não é só para ti.
Ó humanidade, viva
Ame
Chore
Sorria
Não se esqueça; seja o que é;
Humana.
Não te esqueces nunca de ser o que é
Seja humano;
Errante;
Modelável;
Diferente;
Inexplicável;

Ó humanidade, seja ti e deixes de se importar
Com aparências e padrões que o estão a rodar
Viva, sem medo de viver, pois
“A vida é curta, mas não é pouca.”

Um comentário:

Thays Lima disse...

Nossa que dizeres lindos, vc escreve mto bem!

Olha só amiguinha, eu não to sofrendo não mais...
Eu nunca ouso falar da dor enquanto ela ta viva, isso machuca muito, depois que ela passa as vezes eu faço um desabafo como aquele, algumas vezes nem isso compensa! rsrs

bjão e tenha uma ótima quinta-feira!