terça-feira, 28 de outubro de 2008

Tem gente que diz que sou radical...

Um post meio sem noção, meio diário, talvez interessante, simplesmente conto fatos, e reflito um pouco, acho que nada mais.


Tá, é inegável, eu realmente me despertei de interesse quando um amigo meu disse que eu era radical. Eu, sempre a nerd quetinha no meu canto, radical? Eu ri, e muito. Aí ele me explicou melhor, ele não quis dizer radical a ponta de ser extrovertida entre outros. Ele simplesmente quis dizer que às vezes eu exagero nas coisas, e as faço sem pensar.

Faço mesmo, admito. Às vezes meus surtos e crises são tão fortes que eu acabo fazendo incríveis burradas. Sexta-feira e sábado foi um exemplo, enfiada em tremenda tristeza, comecei a me cortar. Não é algo muuuito significativo, mas foi o bastante pra levar bronca de três amigos meus.

Antes que venham com comentários no post me questionando se eu virei masoquista ou se estou querendo me matar vou explicar melhor. Eu, em tremendo desespero, chorando, quis extraviar minha dor psicológica em alguma coisa, então BUM! Tinha uma tesoura na minha frente, por meio minuto considerei cortar meu cabelo extremamente curto, isso acarretaria ALTAS conseqüências, e até que gosto do meu cabelo longo, serve para me esconder. Então, resolvi me cortar, cortar um ponto cedo, algo pessoal. Eu sei que às vezes gosto de chamar atenção, mas simplesmente eu não iria cortar o rosto ou o pulso, sou impulsiva, mas nem tanto, a coxa pareceu uma boa idéia. Como eu estava de calça, saí correndo e vesti um short (não me perguntem por que simplesmente não tirei a calça).

Então, de posse de uma tesoura, e de shorts, eu comecei a arranhar um pedaço da minha coxa, apertando cada vez mais fundo num certo ponto, até que vi sangue e deixei como concluído meu “trabalho”. No dia seguinte... outro surto, mas eu já estava de shorts, e dessa vez cortei mais encima e na outra perna. O primeiro corte tinha ficado muito perto do joelho, dava para se ver facilmente.

Pronto, tá explicado o que aconteceu, foi um surto, não irá me matar, só vai deixar duas cicatrizes.

Então, hoje, enquanto mexia nas minhas coisas em busca de algo que ajudasse para o projeto do meu grupo da feira literário encontrei algo, que eu sabia muito bem que estava lá, bem escondido, para ver se eu me esquecia dele; uma caixa de sedex, escondida dentro de uma mochila minha. Então, simplesmente parei tudo, levei a caixa para o primeiro andar, peguei uma caixa de fósforos e...

Comecei a queimar a caixa, foi nela que recebi o Edward, minha girafa de pelúcia, que ganhei do meu ex, eu não queimei ele também por coração fraco, mas estou satisfeita comigo mesma por ter queimado a caixa. Simplesmente tinha uns dois meses que eu sabia que devia dar fim aquela caixa, hoje finalmente foi o dia. E eu digo, nunca fiquei tão feliz em ver fogo.

Foi ali mesmo na varanda da minha casa, coloquei a caixa no chão, risquei uns 4 fósforos até conseguir que queimasse alguma coisa, eu tinha um balde de água do lado, só para não dizerem que eu sou completamente louca. Deixei-a queimando até o que julguei necessário, no final só queimou a tampa.

Fiquei o tempo todo observando o fogo arder, foi gostoso, cheirei a fumaça com prazer, talvez até mais prazer do que um fumante. Percebi que aquilo era meu laço com ele, vi que o estava queimando e fiquei feliz por ele, estou cansada de sofrer por você! Pensando nisso, dei mais uma fungada. Eu sabia que não podia ficar fazendo aquilo, era arriscado, já que tenho bronquite e tudo mais... mais aproveitei o momento ao máximo. Foi bom.

Eu não podia deixar queimar muito, eu iria manchar o azulejo, e também sujaria as roupas brancas no varal, sem falar da sujeira no final. PLAT! Água em cima da caixa.

Então tive que limpar a pequena sujeira, no final acabou deixando uma pequena mancha amarela no azulejo, quase que não dá pra ver. Peguei a caixa, coloquei em três sacolas e a joguei no lixo aqui perto de casa.

“Foi bom”, pensei.

É... talvez eu seja radical.






É, foi irresistível tirar uma foto. Taí minhas memórias queimadas.

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